Roubo de alianças em SP: investigação revela esquema de assaltos, receptação e lavagem de dinheiro
Suedna Barbosa Carneiro, conhecida como a Mainha do Crime, e Rony Gonçalves são tidos como organizadores da operação. Eles negam as acusações. Polícia investiga a rota do ouro roubado em São Paulo.
O Fantástico, da TV Globo, acompanhou os bastidores de uma investigação policial que expôs uma rede criminosa envolvida no roubo, receptação e comercialização de alianças.
No estado de São Paulo, 22 alianças e anéis são roubados por dia. No primeiro trimestre de 2025, houve um aumento de 68% nos roubos e furtos de alianças e anéis no estado em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados mostrados pelo g1.
As joias roubadas alimentam um esquema de receptação e lavagem de dinheiro, segundo a Polícia Civil.
Esquema criminoso
Segundo a polícia, o esquema começa com Suedna Barbosa Carneiro, conhecida como a Mainha do Crime e seus assaltantes abordando pessoas nas ruas. O ouro roubado, então, passa por Rony Gonçalves, descrito como um grande articulador no comércio de ouro no centro de São Paulo.
Rony foi encontrado com R$ 80 mil em dinheiro em casa. Questionado sobre a origem do ouro, ele declarou não perguntar, apenas comprar. Ele nega ter se envolvido se soubesse que era roubado.
Onze joalherias são suspeitas de receber o material roubado.
A investigação chegou até Douglas Bonetti, dono da Dimi Joias, que segundo a polícia movimentou mais de R$ 90 milhões em quatro anos.
A defesa de Bonetti afirma que ele não foi indiciado, que a investigação é preliminar e que confia na que a "verdade será restabelecida".
As defesas de Rony e Suedna também negam as acusações feitas contra eles.
Ao todo, a polícia recuperou 16 alianças, apreendeu também R$ 2,7 milhões em joias e cancelou os CNPJs de três lojas clandestinas.
Valorização do ouro no mercado internacional
A alta nos roubos em São Paulo está ligada ao aumento do preço do ouro no mercado internacional. os últimos dez anos, o grama saiu de R$ 100 para mais de R$ 600. A facilidade de derreter o ouro e a falta de fiscalização agravam o problema.
O geólogo Fábio Salvador, pesquisador da USP, sugere a regulamentação do mercado com rastreabilidade, origem e controle científico.
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